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Economia
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Cerca de 95% da produção da Treboll, de Flores da Cunha, vão para além da fronteira brasileira.Exportações de móveis gaúchos aumentam em 2012

Cerca de 95% da produção da Treboll, de Flores da Cunha, vão para além da fronteira brasileira.

A Treboll Móveis de Flores da Cunha é hoje uma das maiores exportadoras do município. Com 95% de seus produtos comercializados fora das fronteiras brasileiras, para países como Canadá, França, Inglaterra e Alemanha, a empresa foi uma das que contribuiu para que a venda de móveis gaúchos para o Exterior tivesse um incremento de 3,1% nos primeiros nove meses de 2012, em comparação ao mesmo período de 2011, quando o Estado atingiu os US$ 143 milhões em vendas. Conforme informações apresentadas pelo Relatório de Exportações da Associação das Indústrias de Móveis do Rio Grande do Sul (Movergs), feito em conjunto com o Centro Gestor de Inovação (CGI Moveleiro) e a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o montante nacional exportado nesse período superou os US$ 148 milhões, respondendo por 28,2%.

O Rio Grande do Sul lidera as exportações de móveis brasileiros. Em segundo lugar aparece Santa Catarina, com 26,7% de participação no mercado. São Paulo figura em terceiro lugar com 18,1% de espaço, seguido por Paraná (16,2%), Minas Gerais (7,6%) e Bahia (1,1%). Apesar da tímida elevação no percentual de exportações, o presidente da Movergs, empresário Ivo Cansan, afirma que ainda é muito prematuro falar em recuperação, mas destaca que, sem dúvida, é um indicador que renova o fôlego das indústrias e a esperança de resgatar um pouco do mercado perdido ao longo dos últimos três anos.

O diretor da Treboll, Gustavo Giani Toigo, destaca que em 25 anos de história a empresa sempre esteve focada no segmento da exportação. Em 2012, contudo, passou a dar mais atenção ao mercado interno, fechando parcerias com grandes redes de varejo, o que contribuiu para um incremento de 30% na produção. “Nossa política é voltada para a exportação. Por conta disso, o processo produtivo é diferente, a administração é diferente, assim como o processo de venda”, explica. Para se adequar às regras de exportação, a Treboll conta com o selo FSC (ou Selo Verde), uma certificação florestal reconhecida em todo o mundo que garante que a madeira utilizada em determinado produto é oriunda de um processo produtivo manejado de forma ecologicamente adequada, socialmente justa e economicamente viável, e no cumprimento de todas as leis vigentes.

Toigo relata que a crise internacional de 2008 afetou bastante os negócios da Treboll, a exemplo do que ocorreu com a maioria das empresas brasileiras que exportavam sua produção. Nesse período, o mercado moveleiro passou por uma séria recessão. “Nos últimos três anos investimos em melhorias internas, com compra de novas máquinas e treinamentos da mão de obra. A partir de 2012 voltamos a perceber os resultados positivos”, aponta. Para 2013, o planejamento interno da empresa prevê crescimento de 30% a 40%, incluindo as vendas em ambos os mercados – interno e externo. Hoje a Treboll produz cerca de 7 mil peças por mês entre móveis seriados para dormitórios e salas de estar.

Principais compradores
As exportações de móveis gaúchos destinam-se basicamente à América do Sul, com destaque para a Argentina (US$ 36,6 milhões), Chile (US$ 22,1 milhões), Uruguai (US$ 16,6 milhões) e Venezuela (US$ 10,3 milhões). Em 2008, os Estados Unidos participaram com US$ 19,3 milhões do total exportado naquele ano pelo Estado. O total para todo o continente americano ultrapassou os US$ 177 milhões, o que representa mais de 63% das exportações do Rio Grande do Sul. A Europa também é um mercado importante para as empresas gaúchas. Do total de US$ 71,7 milhões exportados em 2008, o Reino Unido participou com US$ 36,5 milhões e, a Espanha, com US$ 13,3 milhões.

Esperança de boas vendas no próximo ano
O setor moveleiro ainda sofre as consequências da crise internacional de 2008. Desde então, vem defendendo, junto ao governo federal, a implantação de medidas para a retomada dos 35% do mercado perdido na época. O presidente da Movergs, Ivo Cansan, frisa que o segmento espera reaver parte do prestígio e do espaço dos móveis brasileiros junto aos compradores internacionais. “Para isso, desde maio de 2012 contamos com incentivos e estímulos por parte do governo. A prorrogação do Reintegra, que confere 3% do valor exportado em benefícios monetários às empresas; a desoneração da folha de pagamento; e o significativo aumento no câmbio do dólar. Esses são três motivos fortíssimos para que o industrial veja uma grande oportunidade no mercado da exportação. Às indústrias cabe a missão de buscar a diferenciação de seus produtos, investindo em uma identidade única, design próprio, tecnologia, entre outros atributos capazes de incrementar a competitividade dos móveis brasileiros no cenário internacional”, afirma.

Segundo Cansan, a expectativa do setor gaúcho é a de manter o crescimento ao longo dos anos. “Acreditamos que daremos um grande salto assim que houver uma pequena melhora da economia mundial”, projeta. 

Estatísticas

Sobre a indústria moveleira gaúcha 
- 2,4 mil indústrias
- 40,9 mil empregos
- 86 milhões de peças produzidas ao ano
- R$ 5,6 bilhões (produção)
- R$ 203 milhões exportados (2011)

Principais polos moveleiros gaúchos
- Serra: 33,8%. Bento Gonçalves é o maior polo do Brasil, concentrando 21% das empresas.
- Região Metropolitana: 14,5%.
- Vale do Sinos: 9,4%.
- Região das Hortênsias: 8,4%.
- Vale do Taquari: 4,2%.
- Demais Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes): 29,7%.

Características 
- Serra Gaúcha: produção de móveis seriados com predominância em chapas e grande concentração de móveis planejados.
- Região das Hortênsias: móveis seriados com predominância em madeira.
- Região Metropolitana: móveis em pequena escala e artesanais.